Tem livros que você deveria ler sem saber nada sobre eles, e assim vai gostar muito mais no final das contas. "Pequena Abelha" leva isso tão a sério, que não conta nada sobre ele na contra-capa, e ainda afirma que não vai contar e pronto. Foi uma das coisas que me fez comprar (além da capa lindíssima) e uma das coisas que fez com que muita gente ficasse "meio assim" - ou seja, criou expectativas grandes demais antes mesmo do lançamento. Para não deixar que isso aconteça - o que seria uma pena, já que o livro é ótimo -, eu vou contar um pouquinho, mas juro que não vai ser spoiler.
Para começar, eu sou muito chata com a primeira frase de cada livro. Um livro com uma primeira frase chata, não promete um fim nada especial, e esse livro tem uma primeira página ótima! Ele começa com algo do tipo "Eu preferia ser uma libra esterlina do que uma menina nigeriana. Se eu fosse uma libra esterlina todo mundo ficaria feliz ao me ver". Além dessa, Pequena Abelha é cheia dessas frases-bombas que vão te tirar um pouco do eixo e fazer você querer anotar algumas frases em um bloquinho para lembrar mais tarde.
Como já deu para perceber, ele é narrado em primeira pessoa por uma menina nigeriana. A história é sobre duas mulheres, ela, e uma inglesa que ela encontrou no passado e volta a encontrar na época em que se passa o livro. Cada hora é narrado por uma das duas mulheres, mesmo o autor sendo um homem - o que geralmente significa uma narrativa meio pobre, mas não nesse caso, já que Chris Cleave realmente consegue se colocar no lugar das duas personagens.
Aviso logo: não é um livro feliz. Pequena Abelha tem cenas horríveis, mas lindamente escritas, que compensam todo o drama. Realmente, esse é o máximo que se pode contar sobre o livro, depois disso é uma série de descobertas. Nenhuma reviravolta imprevisível para quem está acostumado a livros de reviravoltas imprevisíveis, mas muito bem escrito e com algumas surpresas. O livro é bem fininho (menos de 300 páginas) e voa, daqueles que dá vontade que continue só para você ficar sabendo do resto das vidas dos personagens. Você vai ler de uma tacada só, além de apresentar Chris Cleave como uma nova opção de autor nas prateleiras das livrarias.
Aliás, ele também é autor de "After the end of the world", "Sea Stories" e "Incendiary", que também vendeu bastante no resto do mundo, mas ainda não chegou por aqui - mesmo a versão em inglês não é pocket, e por isso ainda tem preço de livro nacional (que, ironicamente, custam mais que os importados pockets), por isso ainda não comprei também. De repente, com o sucesso de Pequena Abelha, a gente vai conseguir encontrar outras obras dele nas livrarias em pouco tempo. Ele também tem perfil no GoodReads, em que você pode segui-lo e acompanhar as novidades.
3 comentários:
Já ouvi falar muito desse livro, mas ainda não me animei em comprar,mas agora que li sua resenha vou deixar de pensar na proxima vez e agir para compra-lo....beijokas elis!!!!!
Eu estou no comecinho desse livro, acabei parando não sei porque.. Obrigada pelo incentivo, vou voltar agora mesmo..
Acabei de ler o livro agora, Carol. É exatamente o que você descreveu. Li em umas 3 pegadas só. Legal, porém triiiiste.
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