PROCURE SOBRE UMA HISTÓRIA:

Barra horizontal

quinta-feira, 8 de março de 2012

A Viúva Clicquot - Tilar J. Mazzeo


Barbe-Nicole Ponsardin provavelmente seria uma desconhecida francesa de beleza questionável se não tivesse ficado viúva precocemente. Casada com um comerciante audacioso por arranjo econômico dos pais, como era comum na França do século XVIII, Barbe-Nicole herdou o sobrenome do marido: Clicquot. Até hoje, a viúva Clicquot é um dos principais nomes do champagne, a bebida dos reis.

A americana Tilar J. Mazzeo, também autora do livro que conta a história do Chanel nº 5, o perfume francês mais famoso do mundo, deve ter tido um trabalho e tanto em reunir indícios que confirmem os menores detalhes da vida da madame Clicquot, que, além de viúva e feia, viveu em uma sociedade em que as mulheres raramente eram levadas em consideração. Por isso, dei toda a licença poética para que Tilar preenchesse os espaços que estivessem faltando na hora de relatar a história da principal concorrente de Jean-Remy Moët. Apenas as viúvas tinham o direito de assinar seus próprios documentos, além de arriscarem manter um comércio sozinhas. Logo após perder o marido, Barbe-Nicole teve que arranjar um rumo em sua própria vida, escolhendo continuar o arriscado negócio que o marido havia escolhido: a viticultura.

Passando pelas revoluções burguesas, pela ascensão de Napoleão, por grandes períodos de verão escaldante que ameaçavam toda a produção, além de embargos comerciais, guerras e perigos mortais para realizar o comércio entre a França e uma Rússia inimiga, a vida de Barbe-Nicole Clicquot-Ponsardin é uma aula de história. Revolucionando o modo de fabricar o que viria a ser muito mais tarde a bebida mais consumida em comemorações e festas, a Veuve Clicquot é até hoje uma das poucas mulheres que se destacaram na vinicultura, criando um império gigantesco e morrendo, aos 89 anos, como uma das pessoas mais ricas do mundo.

“A viúva Clicquot” não é uma história de riquezas, prazeres e comemorações, mas de derrotas, guerras, dificuldades e garrafas explosivas que garantiam o sucesso ou a derrota de toda uma família da noite para o dia. Encontrei o livro abóbora, da cor dos tão famosos rótulos do champagne, perdido em uma Livraria da Travessa e agora estou órfã de biografias tão boas. Para quem gosta de vinhos ou para quem gosta de história, “La veuve Clicquot” é um prato cheio.

2 comentários:

Bella disse... [Responder comentário]

Fiquei com vontade de ler. Há algum tempo busco por uma boa biografia, vou apostar nessa!

Bella disse... [Responder comentário]
Este comentário foi removido pelo autor.

Postar um comentário

O blog continua com a sua opinião.

Já conhecia o livro? O que achou dele?

Não tinha ouvido falar desse título ainda? Deu vontade de ler, certo?

Deixe seu comentário, isso faz o blog viver!

____________________________________________

Queremos uma interação maior com nossos leitores, por isso não aceitamos mais comentários anônimos.

Clique em increver-se por e-mail, assim será avisado sempre que um comentário for deixado na postagem. Uma pode ser a resposta para você.

Se quiser entrar em contato de maneira mais rápida, vá ao nosso Formulário de Contato.

Para parcerias leia aqui antes.