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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Beatriz e Virgílio – Yann Martel

Depois que li “A Vida de Pi”, fiquei curiosa para ler este outro livro de Yann Martel, até que eu passei por uma daquelas barracas na Carioca, no Rio, e encontrei ele para vender por R$ 5! Não dava para perder a oportunidade e levei já para casa. Na época estava lendo outros, e ele acabou ficando guardado por um tempo. Outro dia resolvi tirar o atraso e li quase de uma vez só, de tão fininho e rápido. As impressões, para variar, são dúbias.

Mais tarde, descobri porque o valor era tão baixo apesar de ser relativamente novo: era um exemplar distribuído para a imprensa. Achei extremamente irônico a editora ter enviado ele para algum repórter que nem olhou (com certeza nunca foi lido, estava intacto) e acabou vindo parar nas minhas mãos, ou seja, com quem realmente têm lido e analisado as novas publicações: blogueiros.

Beatriz e Virgílio são, respectivamente, uma mula e um macaco. É em torno da história fictícia deles que roda a trama, que se passa principalmente entre um escritor e um taxidermista, um empalhador de animais. O taxidermista tem esses dois animais empalhados e está escrevendo uma peça de teatro sobre eles, por isso, procura o escritor para ajudá-lo a preencher as lacunas do texto, além de dar algumas ideias.

O escritor logo percebe que aquela história que se passa “no nada” e não acontece coisa alguma na verdade é uma metáfora para o holocausto, assunto que o empalhador quer abordar, mas não admite. A história se divide entre os diálogos entre os dois homens, os diálogos entre Beatriz e Virgílio durante a peça e as descobertas que o escritor faz sobre a história que ele está ajudando a escrever.

São essas descobertas que fazer o livro valer a pena. Os diálogos entre os dois animais, à primeira vista infantis, também são bem interessantes. Entretanto, fora isso, é um livro bem "mais ou menos", perdendo de longe para “A Vida de Pi”. Por isso fiquei em dúvida em quantas estrelinhas dar para ele no Goodreads. O final é um tanto quanto surpreendente e fico feliz de ter lido até o final por causa dele. Mas, se tiver que  escolher, escolha Pi.

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