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segunda-feira, 21 de março de 2011

Memórias de uma gueixa - Arthur Golden

O 18º livro do ano já deveria ter sido lido há muito tempo, mas sofreu diversas desculpas ao longo do tempo. Foi só quando o leitor digital lá de casa veio passar uns dias de férias comigo que eu resolvi colocar em dia livros que eu tinha em versão digital, mas ainda não tinha lido. Da mesma forma, eu me controlei bravamente e não vi o filme "Memórias de uma gueixa", para não estragar a surpresa, e tenho certeza que fiz bem. O resultado foi que "Memórias de uma gueixa" valeu a pena, com algumas [bem] pequenas ressalvas.

A capa linda desse livro deve ter feito as vendas aumentarem, ou pelo menos deveriam. Como parece ser foto de banco de imagens, morro de medo de aparecer outro livro pé-de-chinelo usando a mesma foto por aí, mas acho que ninguém faria esse marketing negativo de usar uma foto que ficou tão conhecida. A capa, como é de se esperar, retrata a personagem principal do livro, Chiyo, uma japonesa de olhos azuis, que, ainda criança, nas vésperas da morte da mãe, é vendida pelo pai a uma okiya, uma casa de gueixas. Separada da irmã, que é vendida para uma casa de prostituição, pouco resta a Chiyo a não ser se empenhar para ser uma gueixa, lutando contra os ciúmes da "irmã adotiva" mais velha da okiya, Hatsumomo.

Preparadas e instruídas para servir e entreter os homens que visitam as casas de chá, as gueixas não têm o direito de se apaixonarem, visto que cada relacionamento com uma gueixa é uma importante transação econômica que pode envolver muito dinheiro para a okiya. Chiyo (que a essa hora já mudou de nome para Sayuri) fica dividida entre cumprir suas obrigações de gueixa e a admiração por um dos frequentadores da casa de chá, justamente o parceiro de negócios do homem que ela deve se ocupar.

Basicamente, o livro é um Shakespeare nipônico, envolvendo planos, política, romance e tentativas muitas vezes frustradas de levar a personagem por um caminho menos sofrível. Narrado em primeira pessoa, Sayuri conta a sua história já depois de velha, morando nos Estados Unidos.

Assim como aconteceu com "Pequena Abelha", de Chris Cleave, o livro também é narrado por um homem, apesar de retratar um universo tão feminino. Pior ainda. É narrado por um americano, apesar de retratar um universo tão japonês. E não deixou de ouvir críticas por isso. O fato é que Arthur Golden parece ter pesquisado muito até chegar o resultado final, e deixou os estereótipos em casa na hora de retratar as gueixas e seu trabalho.

Para ajudar a melhorar a situação dele, pelo visto o filme foi um grande fiasco, o que fez o livro parecer muito melhor. A maquiagem extremamente branca usada pelas gueixas, parte fundamental no livro, foi minimizada pelo diretor para não "esconder a beleza das atrizes", que, por sua vez, foram uma malasiana e uma chinesa, além dos efeitos exagerados hollywoodianos.

Não sei se foi o fato de ter lido em e-book, mas as páginas voaram sem eu perceber - apesar de estar lendo a versão lusitana (não aguento mais a palavra "rapariga")! "Memórias de um gueixa" é um daqueles bestsellers que merecem ser lidos, nem que seja para puro entretenimento (e não é esse o propósito do livro?).

2 comentários:

Elisandra Eccher de Andrade disse... [Responder comentário]

Eu li esse livro e amei, retrata muito bem as situações das gueixas, e parece que estamos lá assistindo, sofrendo, enfim participando da vida da Sayuri. Gostei muito da sua resenha super recomendo....beijokas elis!!!!!!

Raquel M. Linhares disse... [Responder comentário]

Boa! Vai entrar pra minha lista. Mas antes eu vou ler um Shakespeare de verdade (até hoje só li Sonho de uma Noite de Verão - mas esse não conta).

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