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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vida - Keith Richards

Entre as biografias mais esperadas de 2010 esteve "Vida", do guitarrista do Rolling Stones Keith Richards. Deu o que falar antes, durante e depois do lançamento por sua honestidade exagerada, pelos palavrões e pelos detalhes sobre a vida de sexo, drogas e rock 'n roll que viveu desde os anos 60. Eu amo biografias, e a do Keith não podia ficar de fora. Não que eu seja grande fã dos Stones, e sim do estilo musical e tudo o que os Stones representam para a história do rock.

Além disso, para ter uma autobiografia, é preciso antes ter uma história de vida interessante (o Fiuk que me desculpe) e alguém que escreva minimamente bem. Keith Richards tem provavelmente uma das histórias mais loucas e cheias de reviravoltas do mundo rock, além de James Fox, um jornalista que ajudou com os textos e algumas pesquisas - afinal, muita coisa dos anos 60 já deve ter sumido da cabeça do guitarrista. No meio da narrativa, feita em primeira pessoa (claro), algumas outras figurinhas famosas dão os seus relatos sobre algumas passagens do livro.

Ao contrário da biografia do também guitarrista Eric Clapton ("Eric Clapton: A autobiografia"), que conta toda a luta do guitarrista em fugir das drogas até a morte do filho na Itália, "Vida" é muito mais alto astral. Keith é um vovô desbocado, cheio de manias, e que parece ao mesmo tempo mais louco e mais controlado que os companheiros. Motivo pelo qual você não costuma vê-lo vítima de overdoses.

Além das histórias de drogas, da ex-mulher mais doida que ele, de como criar filhos entre o showbiz e a polícia, Keith conta em "Vida" como conviveu (e ainda convive, pelo jeito) com o que chama de "síndrome do vocalista principal" do estrelinha Mick Jagger, querendo toda a atenção do público, caindo em armadilhas de produtores mal intencionados e deixando os Stones em segundo plano para seguir a própria carreira. O Brasil também aparece em algumas passagens, como a histórica apresentação na Praia de Copacabana no réveillon de 2006 para um milhão de pessoas, pouco antes de quase morrer ao cair de uma árvore.

As prisões sem motivo na Inglaterra e nos Estados Unidos, a formação musical e a expulsão da escola quando era criança, os problemas familiares, o início da banda, altos e baixos, está tudo lá. "Vida" tem tudo que uma autobiografia precisa, exceto uma boa tradução - com alguns erros básicos (como "hang in there", traduzido como "se pendure aí") e má colocação de palavrões ou interjeições, que não fluem bem como no texto original. Sugiro ler em inglês, preferencialmente.

Se não der, leia em português, mas não perca a oportunidade de conhecer a cabeça perturbada de um dos ícones do rock 'n roll, que, pela quantidade de história para contar, já viveu 200 anos.

1 comentários:

Pedro Dal Bó disse... [Responder comentário]

Vi a entrevista dele, acho que para o Fantástico, e achei muito interessante.

O cara realmente é maluco de pedra (desculpe o trocadilho), mas um excelente músico.

Vai para minha lista de para ler.

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