Travessuras da menina má - Mario Vargas Llosa

Da última vez que fiquei sem opções de leitura, joguei a pergunta no Facebook para ajuda dos amigos: preciso de um livro maravilhoso, qual o último livro maravilhoso que você leu. Achei que fosse encontrar um monte de opiniões variadas e nenhum consenso, mas, para a minha sorte dois livros tiveram mais de um voto, indo direto para a lista "tenho que comprar". Um deles foi "Reparação", de Ian McEwan, que ainda está na prateleira aguardando a vez, o outro foi "Travessuras da menina má", de Mario Vargas Llosa.

Vargas Llosa conta a história da menina má pelo ponto de vista de Ricardo, ou Ricardito, um peruano que se apaixona por uma menina quando ainda é muito novo. Basicamente, é uma história das várias faces do amor, de encontros e desencontros. Essa menina, Lily, aparece e reaparece na vida de Ricardo em momentos diferentes, sempre com um novo nome, um novo marido, uma nova nacionalidade e uma nova história de vida, confundindo cada vez mais a mente do peruano, que só tinha como meta na vida morar em Paris. Já a menina má tinha muitas ambições e não podia se contentar com viver em um apartamento pequeno na cidade luz ao lado do tradutor da Unesco.

No começo, a menina má é engraçada, diferente e caricata e Ricardo é fofo e apaixonado, mas logo Lily se torna insuportavelmente instável e previsível, na nossa cabeça, de tanto mudar de vida, e Ricardo se torna acomodado, masoquista e nada inteligente.

Apesar dos apelos dos meus coleguinhas, não entrou para a lista dos meus livros preferidos, principalmente pela previsibilidade dos personagens, mas quem é que não é um pouquinho previsível? Ainda assim, para quem nunca leu Vargas Llosa, é um ponto de partida bem legal. Um ponto positivo? Adoro o jeito com que o livro pula do português, para o espanhol, para o francês sem o menor aviso. Morri de pena do Ricardito, de raiva da menina má e identifiquei um monte de gente conhecida na história.